quarta-feira, 5 de maio de 2010

Psicologia de Botequim

Por Modesto Cornélio Batista Neto

Quem nunca aconselhou um amigo bêbado a parar de beber? Quem nunca tentou convencer a professora a aumentar o prazo para entrega de trabalhos? Quem nunca tentou algo ‘a mais’ com a namorada, sempre com habilidade nas palavras, gestos e propostas – muitas vezes picantes – para conquistar o que tanto ansiava. Dizemos muitas vezes que “ele usou de psicologia”, mas sabemos que esta psicologia usada de forma costumeira não é a psicologia cientifica estudada nos centros de estudo e praticada em consultórios.

Se perguntarmos a um psicólogo ligado as questões ao lar e a família ele dirá que o objeto da psicologia é estudar o comportamento humano em suas varias peculiaridades, adentrando nas veredas da personalidade do individuo e assim como a filosofia ‘extraindo’ de dentro do próprio paciente as respostas ou os direcionamentos que indiquem uma melhora de vida. Contudo caso seja perguntado a um psicólogo psicanalista qual o objeto de estudo da psicologia, ele dirá que é o subconsciente das pessoas onde se esconde nas profundezas desta consciência do fundo dos mares dos pensamentos, as respostas, as particularidades, as problemáticas e as demais nuances que envolvem o homem e sua vida.

Na política, no futebol, na igreja e nos sindicatos os dirigentes destas instituições usam da velha “psicologia de botequim” para conduzirem com maestria os trabalhos que realizam, esta psicologia por sua vez se evidencia na fala, nos gestos, nas atitudes e no trato para com o grupo social onde o individuo está inserido.

Um arbitro de futebol sabe muito bem que um jogador como Edmundo nos anos de 97 poderia sair literalmente ‘no tapa’ com outros jogadores, de acordo com este conhecimento prévio o juiz terá um trato diferente buscando levar o jogo de forma tranqüila. Um advogado que conheça peculiaridades da vida dos membros do júri fará uma explanação para defender ou atacar usando o seu conhecimento de mundo sobre as pessoas para envolver a todos. Um garoto de programa sabe como poderá aumentar ou quando deve baixar o preço do seu sexo, de acordo com elementos como a beleza da voz e a beleza física ele poderá tomar posicionamentos em uma negociação.

Esta psicologia ‘vagabunda’ faz parte do senso comum de todos, como as artimanhas de um vendedor que sabe como ludibriar com ar ladino os seus compradores. Afinal de contas esta psicologia da vida está presente em tudo e em todos, indistintamente.


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